O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) divulgou, por meio do Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão de Resíduos Sólidos (SINIR), a lista oficial de empresas adimplentes com a legislação federal de logística reversa de eletroeletrônicos, eletrodomésticos e seus componentes de uso doméstico. O relatório, referente ao ano-base de 2023, confirma a participação ativa de 136 empresas no sistema, mas evidencia que ainda há espaço significativo para expansão, considerando que o Brasil conta com cerca de 4 mil fabricantes e importadores nesse segmento.
Duas organizações se destacam como protagonistas na gestão desse processo: a ABREE (Associação Brasileira de Reciclagem de Eletroeletrônicos e Eletrodomésticos) e a Green Eletron (Gestora para Resíduos de Equipamentos Eletroeletrônicos Nacional). Ambas são responsáveis por operar a logística reversa, garantindo coleta, tratamento e destinação ambientalmente adequada dos produtos ao final de sua vida útil
Segundo Robson Esteves, diretor-presidente da ABREE, o avanço da adesão demonstra maior consciência das empresas quanto ao papel da sustentabilidade e da economia circular. “Tanto a ABREE quanto a Green Eletron têm trabalhado para apoiar e orientar o setor, fortalecendo práticas que unem responsabilidade socioambiental, inovação e competitividade”, afirma
A logística reversa contribui diretamente para a economia circular ao gerar inovação, reaproveitamento de materiais e empregos, além de fortalecer a imagem das companhias diante de consumidores e investidores que valorizam práticas ESG.
Uma pesquisa conduzida pela Green Eletron em 2025 mostrou que 85% dos brasileiros reconhecem e valorizam marcas que adotam iniciativas de logística reversa. Para Ademir Brescansin, gerente executivo da entidade, esse é um indicativo claro de que a responsabilidade ambiental deve se tornar regra, e não exceção. “Ampliar a adesão não é apenas cumprir uma obrigação legal, mas também atender às expectativas da sociedade”, pontua.
Apesar dos avanços, a adesão ainda representa uma fração do total de empresas do setor. A consolidação de uma rede mais robusta depende da colaboração entre empresas, consumidores e entidades gestoras, de forma a ampliar a infraestrutura de coleta e reciclagem, consolidando um mercado mais sustentável e competitivo.
O crescimento desse movimento reforça a importância da logística reversa como uma prática fundamental não apenas para cumprir a legislação, mas também para posicionar as empresas em sintonia com os princípios da sustentabilidade e da responsabilidade socioambiental.